domingo, 11 de julho de 2010

Balanço

Sinto como se tivesse ganhado dois anos para balanço. Dois anos para fechar a casa, descer as prateleiras, contar estoque, avaliar o material, descartar, renovar, repaginar, antes de reabrir.

Engraçado como só se consegue perceber isso quando já foi. Enquanto estamos no meio do caminho, no olho do furacão, parece insuportável. Por várias vezes, achei que não ia aguentar. A cidade pequena, a distância da família, a ausência dos amigos. A falta de infraestrutura, sem rede social, sem rede cultural. Achei que ia pirar, muitas vezes. Chorei, me descabelei.

E hoje, cá estou.

Se eu fosse adepta da meditação, talvez não tivesse entrado tão profundamente nisso. Não foi planejado, pensado. Foi orgânico, visceral. Tive de vivê-lo sem escolhas.

E é isso. Nova fase, novos caminhos. E lá vamos nós.

Rumo ao turbilhão, à loucura coletiva, ao caos. Ao princípio.

E que outra vida, interligada à anterior, tendo o balanço no meio, comece.

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