domingo, 25 de março de 2012

terra, semente, outono

E, de repente, aquela sombra, aquela garoa começa a fazer sentido. A neblina parece querer dissipar-se.
Parece que o tempo do outono, que parecia inverno prematuro, começa, enfim, a preparar a primavera.
Tempo de escolhas de sementes, preparo da terra, produção do adubo. Tempo de escolhas... o que plantar?
Tirar a casca do solo, revolver a terra, descobrir que sementes dormem sob a folhagem seca.
Por que o jardim secou? Ele deixou de florescer, e eu nem me dei conta. E agora, como fazê-lo reviver?
Nada é exatamente como já foi... era um jardim desses de casa antiga, da roça, meio tudo-junto-e-misturado... com o passar do tempo, os gostos, o olhar, o conhecimento, tudo isso se apura, e o jardim será planejado.
Há que se olhar para a sombra e para o sol. Calcular o tempo necessário de cada um, em razão das espécies escolhidas. Será que dá para ter espécies tão diferentes no mesmo espaço? E as espécies pioneiras, que preparam o caminho para as outras, que serão definitivas?
Ainda é outono, e haverá tempo para tanta preparação. Só não há mais tempo para hesitação.
A terra está prenhe. E os olhos descobertos. 

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(foto extraída de http://www.flickr.com/photos/gadl/6813800836/in/photostream/)