quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Emprestando palavras pra expressar mistérios...

Tem hora que a gente não acha palavra pra dizer o que se sente... daí a gente tropeça, sem querer, em algo que outra pessoa escreveu de um jeito tão maravilhoso, como se estivesse sentindo dentro da gente mesma.

A Silva Tavano faz isso muito bem. E eu empresto este texto dela (sem pedir!) pra colocar aí embaixo...

09/11/2010


Das cismas

A cisma é uma ideia fixa que fica teimando em se provar. Muitas vezes, ela não é nada, só acha que é. Isso acontece com a cisma que é prima do pressentimento, mas gosta de se apresentar como filha da certeza. Ela também costuma ser amiga íntima da desconfiança. Quem leva esse tipo de cisma a sério acaba implicando com coisas e com pessoas sem motivo nenhum. O problema é que, de vez em quando, o motivo aparece e a cisma se confirma. Aí, ninguém segura. Cheia de razão, a danada pode resolver dar palpite o tempo todo, por puro capricho, e acaba embaçando a percepção da gente. Quem cisma demais sempre empaca, embirra e antipatiza com o que nem conhece.
Mas existe um outro tipo de cisma. Essa até pode ser alguma coisa, apesar de ela mesma nem sempre botar muita fé nisso. Também inventa ideias e impressões pra ficar cismando, insistente. Tem que prestar atenção, porque, aqui, é tudo diferente -- essa cisma é prima do desejo, filha do sonho e pode virar a melhor amiga da perseverança quando a gente decide encarar o tira-teima.    
       
(ST)   

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